segunda-feira, 11 de novembro de 2013

A história da lua

Durante toda sua existência, a humanidade desenvolveu o hábito de observar o céu. O movimento das estrelas e as fases da lua, geraram, ao longo desses anos, uma série de fábulas, mitos, lendas e contos, porém o que passa despercebido é que muitas dessas histórias tem um fundo de realidade. Em alguns casos, mais que um fundo, a história inteira. Para ilustrar isso, trago-lhes uma narrativa verídica sobre as fases da lua.
Vinte e nove dias e meio é o tempo aproximado para se completar o ciclo lunar. Desse tempo, sete dias e meio se passam na lua nova e em torno de uma semana na lua cheia. Mas o que acontece durante esse tempo para que a lua mude tanto assim? Astrônomos dizem que tem a ver com o ângulo de iluminação do sol, mas isso é bobagem cientifica. A história real foi contada durante séculos por índios de uma tribo americana que vivia em meio aos lobos. Dizem que conviveram tanto tempo com estes animais que passaram a conversar com eles e assim souberam da verdade.
Há muitos e muitos anos atrás, na época em que a lua sempre se mostrava no que chamamos hoje de “fase crescente”, uma criatura na terra começou a observa-la com uma atenção fora do normal. Tratava-se de uma criatura que viria a ser pai de toda uma nova espécie que chamariam vulgarmente de lobos. Shirak tinha um pelo sedoso branco-azulado e passava a maior parte de suas noites sentado na colina observando aquele semi-circulo brilhante que iluminava a floresta. Com o tempo, criou coragem e começou a conversar com a Lua. A príncipio, ela tinha medo dele. Seus dentes pontiagudos e a feição séria assustavam e contrastavam com as palavras doces que ele emitia, mas com o passar das noites, ela percebeu que aquilo era apenas para que ele pudesse se impor sobre os outros animais da floresta. Era o meio de proteção que ele tinha. Além disso, ela percebeu que se sentia atraída por aquele ar imponente que escondia um coração doce e gentil.
Assim, sempre que o sol se punha e a lua passava a reinar, os dois conversavam e se enamoravam. Faziam planos e sonhavam com o dia que poderiam se tocar, se amar. Quando Shirak dormia, a lua acariciava-o com seus raios luminosos. Mas aquilo não era o suficiente para os dois. Eles queriam dormir juntos. Queriam ter o abraço e o calor do outro, porém sabiam que a lua tinha uma responsabilidade. Que ela devia iluminar os céus para ajudar as outras criaturas a encontrarem seus lares.
A situação parecia irredutível até o dia em que, em uma conferência, o sol, os outros planetas, satelites e os mais diversos astros, percebendo a tristeza de Shirak e da Lua, resolveram que todos iriam brilhar em conjunto com ela. Dessa forma, uma vez por mês, ela teria o direito de se retirar e visitar seu amado na terra por sete dias.
A felicidade tomou conta do casal e a lua brilhou intensamente, como nunca havia brilhado antes. Foi ali que surgiu a lua cheia. Durante os dias em que a Lua brilhava, o grande e imponente lobo cantava seu amor para ela e os dois ansiavam pelo dia em que iriam se encontrar. Chegado o dia, a Lua se retirou e desceu à terra, encontrando-se com aquele que tanto amava. O amor dos dois gerou uma série de lobos menores que povoaram todas as florestas do mundo como que espalhando o amor dos dois pela terra. Hoje, Shirak já não se encontra entre os seus descendentes. Ele vive no céu com a lua. Durante a lua cheia, os lobos uivam para seus pais e durante a lua nova, Shirak e a lua descem para visitar seus filhos.